quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Memórias de um Solitário

Que paradoxo era ele.
E que defeito era aquele?!
Era algo de humilhar
Ele não saber abraçar.
Como podia ser amado?
Alguém ficaria ao seu lado?

Sempre acontecia,
Como testemunhei um dia,
De alguém dele se encantar.
Porém, ele sabia o que esperar.
Sentia bem perto o fracasso:
A hora do abraço.

O que havia de errado?
Tinha o corpo bem formado.
Nada nele faltava.
Nada nele excedia.
Era gentil, correto, exemplar.
E não sabia abraçar.

Por isso todos o evitavam.
Mas eles não o odiavam.
Possuia uma beleza singular,
Pureza e profundidade no olhar.
Só não sabia abraçar, infeliz.
Amar foi o que sempre quis.

Sua dor crescia ainda mais no peito.
"Como corrigir tal defeito?"
Ficava a se perguntar.
Com todo empenho tentou concertar
O erro, a destruição da sua vida
E deixar fluir a paixão reprimida.

Já um ano, gasto em vão,
Pôde admirar a solução:
"Mal chego a abraçar alguém direito
E já se nota o meu defeito!
Todos os outros, ao fazê-lo,
Vão pelo lado direito, não o esquerdo!"

Que burrice!!
Tudo resumido a esta tolice.
"Sempre abraçava do lado errado.
Estava tudo acabado.
Que animalzinho mais imbecil!"
E reenviou-se à Puta Que o Pariu.
15\06\2009

Um comentário:

  1. Muito boa, muito boa mesmo. Só fim que tá meio estranho. Mas o texto é muito bom.
    Aline T.

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