Olá, meu amor,
Como tem passado?
O ferimento, sem dor,
Já está curado.
Nada do que vivemos
Foi apagado.
Não falta sequer o
Mais ínfimo pedaço.
Está a inocência
do primeiro sorriso;
Toda a alegria
Das primeiras frases:
As que trocamos,
Numa das suas fases,
Que me prenchiam
O vazio deste coração.
Está a paixão
Que brotou no jardim
De pura ilusão:
Um belo jasmim
De palavras em vão.
Pintado com as dores
De outros amores...
Saiba, onde fores,
Que isso não se perdeu,
Está cheio de cores:
É negro, como breu,
Incomum às flores,
Vermelhos de desejos,
Confianças verdes de ensejo...
O desejo de um beijo,
A primeira mentira...
É assim que eu te vejo.
Se é vidro ou safira?
É saber que não almejo.
Com tudo isso, fui além
E desejei te fazer bem.
Aquela visita também,
É uma ótima lembrança,
Não sinto nenhum desdém.
Admirei-a como a criança
Sem saber de onde aquilo vem.
Quis protegê-la no momento,
Quis dedicar-lhe o sentimento...
Envolvi-a como o vento
Que nos rodeia à todos.
Era um grande alento
Tê-la em meus braços bobos.
Deixou-me sedento
De possuí-la inteira,
De qualquer maneira.
A paixão, ligeira,
Dominou-me por completo:
Um espinho na cadeira,
No Travesseiro, um prego.
A esperança, faceira,
Dançava, inocente,
Dentro da minha mente.
Inconsequentemente,
Lutei para ter você.
Não sabia o que me vinha á frente...
Quis tanto te dar
Que nem percebi
Que você não queria.
Acreditei tanto
Em tudo que ouvi
Em sorriso ou em pranto...
Sonhei tê-la para mim,
Dediquei-lhe rimas,
Tentei não ser ruim
E unir nossas sinas.
Tentei tirar as dúvidas
Que a tiravam o sono.
Criei estórias lívidas
Para explicar-lhe o mundo.
Quando percebi,
Era tarde.
Eu já a amava.
Você pintava
O céu de cinza
E eu acreditava.
Seu namorado,
Nosso impecilho,
Sequer imaginava
O que o esperava...
Foi quando pensei
Que nem eu contei
Com aquela moeda.
Uma hora ia dar merda.
Mas o coração, contente,
Enxergou um presente,
Como se fosse uma erva
Que na merda se conserva.
O que era amor
Tornou-se uma mistura
De esperança e temor.
A paz trazida
Tornou-se loucura,
Poesia perdida.
Sua brincadeira tornou-se evidente.
Pensei se você era fútil ou inocente.
Mas meu coração, cheio de dores,
Me proibiu outros amores.
E, novamente, você voltou,
Viu a porta da frente e entrou.
Eu não podia mais negá-la asilo,
Com você, meu coração ficava tranquilo.
Libertou-me da minha loucura
E fez bem o papel da cura.
Aproveitando-se da porta aberta
Entrava e saia sem hora certa.
Sujou o tapete da varanda
E toda a parte por onde se anda.
Acho que você pensou,
Quando a porta se fechou
Que deveria ter pego a chave.
Mas, há algo que não contei,
Durante o tempo que esperei
Você levar-me em sua nave.
Decorei os seus passos.
Pus armadilhas no caminho.
Esta casa de fracassos
Não quer mais o seu carinho.
O presente que te dei
Vale pela minha vida,
Disso muito bem sei...
Foi a minha despedida.
Procurarei um lugar
Mais tranquilo e do bem
Em que não vá precisar
Dividí-lo com ninguém.
Suas palavras, hoje,
Não mais me encantam.
Seus olhos que fogem
Já provaram que não amam.
Espero que tudo dê
Muito certo para você,
Assim, não vou vê-la novamente.
Quero amor em minha frente.
Desejo-a ainda o que sempre quis:
Que você seja muito feliz!
Criando algumas rimas interessantes Destilamos o que nos há de melhor E misturamos até ter ver nossa cor Tomar o universo em tons vibrantes. São as palavras o melhor a se dividir. Nossos pensamentos e sentimentos, Nossas alegrias, fantasias ou lametos São um novo local no qual podemos ir. Convide a todos para um bom passeio. Vamos andar num lugar difenrente: a imaginação. O poeta vive num belo mundo de ilusão E sempre cuida bem daquele que veio. (Imagem: Edgar Allan Poe - Horácio Corral)
Mt lindo. Tirei um trecho pra colocar no meu blog com seus devidos créditos. =)
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirSinta-se à sua vontade, minha cara!
Seu blog também é ótimo!